Por Dra. Maria Carolina Pedrosa
O nosso intestino possui 100 vezes mais bactérias e material genético do que o número total de células do nosso organismo. Isso quer dizer que, ao cuidarmos da saúde intestinal, cuidamos da manutenção da nossa saúde como um todo.
Ao longo do trato gastrointestinal (TGI) e principalmente no intestino, existe um equilíbrio entre os diferentes tipos de bactérias:
– Probióticas: que exercem efeitos benéficos sobre a nossa saúde;
– Comensais: são a maior parte das bactérias e podem ter ações que promovem o equilíbrio ou desequilíbrio das funções do TGI;
– Patogênicas: naturalmente estão presentes em pequenas quantidades, mas quando há a oportunidade, elas se proliferam, produzindo toxinas que lesionam a mucosa intestinal e alcançam a corrente sanguínea, causando distúrbios.
Uma forma de manter o equilíbrio do nosso ambiente intestinal é através do consumo regular de fibras prebióticas, como a inulina e o FOS. Essas fibras não são digeridas e ao alcançarem o intestino, fermentam, promovendo o crescimento das bactérias probióticas, o que resulta em prevenção de episódios de diarréias e constipação e o favorecimento do sistema imunológico. As principais fontes naturais de inulina e FOS são a biomassa de banana verde, alcachofra, cevada, centeio, raiz de almeirão, cebola, alho, aspargo e batata Yacon.
Além das fibras, o consumo ou a suplementação com probióticos é essencial para a saúde, por suas múltiplas funções, entre elas:
√ Síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K;
√ Síntese de enzimas digestivas, regulação do trânsito intestinal e absorção de nutrientes;
√ Redução dos níveis de colesterol;
√ Destoxificação hepática;
√ Desenvolvimento e maturação do sistema imune, atuando na barreira mucosa intestinal, na produção de anticorpos e promovem a tolerância oral, reduzindo a resposta a componentes alérgenos da dieta.
Em situações especiais como a gestação e lactação, a suplementação com probióticos deve ser essencial, já que muitos estudos demonstram a presença dessas bactérias no líquido amniótico e no leite materno, contribuindo para a boa formação da microbiota intestinal do bebê, que irá se desenvolver, nascer e viver com uma boa imunidade e menores chances de desenvolver doenças, alergias e hipersensibilidades alimentares. Com a suplementação, as mães também garantem o equilíbrio da microbiota vaginal, favorecendo a saúde do bebê que nasce por parto normal.
Podemos obter os probióticos a partir do consumo de iogurtes e bebidas fermentadas, como o kombucha, além do kefir, uma colônia de Lactobacillus cultivada com leite ou com água e açúcar mascavo. Mas a suplementação com cápsulas e sachês garantem o consumo de cepas específicas, nas quantidades adequadas. Existem fórmulas prontas e manipuladas e, como cada cepa tem o seu benefício, é mais vantajoso rodiziar a composição do probiótico, garantindo a manutenção de uma microbiota diversificada e para isso, é importante buscar a ajuda profissional!