Alergia à Proteína do Leite de Vaca

Por Dra. Maria Carolina Pedrosa

Olá mamães!

Tenho recebido muitas de vocês preocupadas com a possibilidade do desenvolvimento da Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) em seus filhos. E eu acho a preocupação muito válida, já que essa alergia pode acarretar em um baixo ganho de peso e crescimento no bebê.

Antes de mais nada, é sempre bom diferenciar a conhecida intolerância à lactose (costuma ser mais comum em adultos e idosos) da APLV (mais comum em bebês e crianças e muito raramente em adultos), que são totalmente diferentes, mas muito confundidas!

Atenção: não existe alergia à lactose!!

A alergia sempre está relacionada com uma reação do sistema imunológico a algum tipo de proteína presente no alimento ou em animais, ácaros, pólen, etc. Quanto aos alimentos, alguns deles possuem proteínas mais possíveis de causar alergias, como por exemplo o trigo, milho, amendoim, frutos do mar, soja, leite de vaca. No leite de vaca as proteínas estão presentes no coalho (caseína) e no soro (alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina). Os sintomas de alergia podem ocorrer imediatamente (minutos ou horas depois do contato com a proteína) ou tardiamente (dias depois do contato).

Os pais devem ficar atentos e procurar um médico, caso a criança apresente um ou mais dos seguintes sintomas de forma repetitiva e que podem acometer: a digestão (vômitos, refluxo, cólicas, diarreia, dor abdominal, obstipação intestinal, presença de sangue nas fezes) a pele (urticária, dermatite atópica), a respiração (asma, chiado no peito, rinite) e a estrutura física (baixo ganho de peso e crescimento).

O diagnóstico é sempre feito pelo médico, avaliando a história clínica e associando as reações à ingestão de leite e seus derivados. Se for preciso, o médico irá sugerir testes de provocação oral e de exclusão total desses alimentos.

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APLV diagnosticada…. Qual o próximo passo?

Se a criança estiver em fase de aleitamento exclusivo no peito, a mãe é quem deverá excluir de sua dieta o leite de vaca, derivados do leite e estar atenta aos rótulos de alimentos e medicamentos, para não consumir nenhum produto que tenha em sua composição, o leite ou ingredientes derivados (como por exemplo o caseinato, proteínas do soro do leite, soro do leite, gordura anidra do leite).

Quando a criança já está em fase de introdução de alimentos, é a sua dieta que deverá ser isenta de leite, derivados do leite e de seus ingredientes.

 Ainda é importante ressaltar que o leite e derivados do leite de cabra ou de ovelha contém proteínas muito semelhantes às do leite de vaca e também precisarão ser evitados.

 Como fazer essa substituição?

Atualmente, temos no mercado uma diversidade de produtos feitos à base de proteínas vegetais, como por exemplo, as bebidas vegetais enriquecidas com cálcio, tofu e derivados, queijos veganos, entre outros, que podem ser consumidos pela mãe que amamenta e pela criança à partir de 1 ano de idade.

Deve-se evitar a substituição com bebidas à base de soja, que traz uma proteína potencialmente alergênica e é rica em fitoestrógenos que podem provocar desequilíbrios hormonais.

Para o bebê que ainda mama no peito, é bem provável que precise complementar com fórmulas especiais, fabricadas com a proteína hidrolisada do leite.

Essa substituição deve ser feita de forma sempre orientada, com a ajuda do Nutricionista, que vai avaliar hábitos e necessidades, buscando fazer combinações e trocas práticas e inteligentes para garantir que todos os nutrientes e calorias sejam ofertados na dose certa para o desenvolvimento saudável do bebê, além de contribuir na manutenção da saúde da mãe enquanto estiver amamentando.

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