Por Franciane Crisol
Muitas gestantes apresentam dúvidas ou nem sequer imaginam o que seja a cultura para estreptococo do grupo B, mas se falarmos em “ exame do cotonete” poderá soar mais familiar. Hoje abordaremos a importância da realização desse exame.
O reservatório natural do estreptococo do grupo B é o trato gastrointestinal, porém a bactéria pode colonizar de forma crônica, transitória ou intermitente a vagina ou o reto existindo, portanto, o risco de transmissão para o bebê durante o parto.
É muito importante esclarecer que apesar de ser encontrado habitualmente na região genital feminina o estreptococo não é uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). A maioria das mulheres que apresentam cultura positiva para essa bactéria foram contaminadas por estreptococos que vieram do seu próprio intestino ou região retal.
O risco de apresentar uma cultura positiva está relacionado a hora do parto, pois o bebê ao passar pelo canal vaginal, pode ser contaminado pela bactéria.
Como é realizado o exame?
A cultura para estreptococo B deve ser solicitada entre a 35º e 37º semanas de gestação, pois neste período há maior sensibilidade para identificar a colonização materna no momento do nascimento. O exame é simples, realizado com uma espécie de cotonete, daí o nome “ exame do cotonete” que coleta amostras da vagina e da região anal. A análise do laboratório vai mostrar se o resultado é positivo ou negativo. Não adianta realizar o exame antes desta época gestacional, ou mesmo tomar antibiótico antes do trabalho de parto, pois a bactéria pode recolonizar o canal vaginal.
Minha cultura veio positiva. E agora?
Mamães, não fiquem assustadas se sua cultura vier positiva! O importante é que seu médico obstetra saiba do resultado do exame e que, no momento da internação, você comunique a equipe que irá atendê-la.
O procedimento é a administração de antibiótico via endovenosa, antes de o bebê nascer. O objetivo de dar antibiótico enquanto ocorre o trabalho de parto é realizar uma proteção para o bebê. Os antibióticos mais usados são penicilina ou ampicilina, portanto, é extremamente importante que você comunique qualquer tipo de alergia à essas substâncias, pois existem outros medicamentos disponíveis em caso de alergia.
Em caso de parto cesáreo programado, sem ruptura da bolsa e antes do início do trabalho de parto, não há necessidade da realização do antibiótico.
Qual o risco de uma infecção por estreptococo B no bebê?
O estreptococo do grupo B pode causar uma infecção neonatal que se apresenta sob duas formas: precoce e tardia, sendo a forma precoce a mais frequente (80%). A forma precoce ocorre nos primeiros sete dias de vida e pode evoluir para sepse, meningite e pneumonia.